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há muito da gente para ser
se existe um monumento fixo
é porque ele não existe
caminhamos demais através das andorinhas
e o que aprendemos, então
foi tudo o que sabíamos
mas tudo o que não praticávamos
as degradações ferirão nossos tímpanos
e taparão nossas gargalhadas andantes
dirão que as coisas são do jeito que são
e subiremos um no outro para inventarmos
místicas cores, mitos, voares novos
comporemos novas valsas
e vestiremos o manto dos pombos
procuraremos os vestígios da liberdade
do mundo, do vento, da brisa
que se distanciou da maré
dentre os passos dos prisioneiros
dentre essas esquinas mesmas
há muita palavra para gritar
e muito da gente para ser
o que sobrou em nossa carne
há tanto tempo ainda
para se pensar no tempo
e beijar o tempo
e sorrir com o tempo
ser ele mesmo…